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ESTATAIS COLOCAM ATIVOS À VENDA E ATRAEM MULTINACIONAIS

por Becker Direito Empresarial
03 de Novembro, 2016

Investidores estrangeiros também manifestaram interesse em participar da rodada de concessões do governo Temer

Jéssica Sant’Ana Com muitas empresas brasileiras precisando vender ativos para fazer caixa e o governo federal querendo retomar as concessões que estavam paradas, as multinacionais voltaram a investir no Brasil. Elas estão comprando ativos à venda de estatais, principalmente nas áreas de petróleo e gás, começaram a adquirir partes de companhias locais afetadas pela Operação Lava Jato e demonstraram interesse em participar das rodadas de concessão do governo, em especial de aeroportos. O professor da Fundação Dom Cabral Sherban Leonardo Cretoiu observa que, apesar da crise política e econômica dos dois últimos anos e da instabilidade nos setores que tiveram mudanças de legislação, é natural que as multinacionais voltem a investir no país. Ele destaca que o Brasil possui um mercado consumidor de grande porte e que os investimentos que estão sendo feitos visam ao futuro. “Indicadores momentâneos da economia não afetam a visão de longo prazo [dos investidores]”, diz Cretoiu. O governo Michel Temer (PMDB) já sinalizou que quer facilitar a entrada de capital estrangeiro. O presidente esteve na Índia, China e Japão com o objetivo de atrair investimentos e destacou que o Brasil está trabalhando para oferecer mais segurança jurídica e previsibilidade reguladora ao investidor. Os chineses, por exemplo, anunciaram em setembro aportes de cerca de R$ 15 bilhões no Brasil. A CBSteel deve construir uma siderurgia no Maranhão no valor de US$ 3,5 bilhões, e a elétrica chinesa State Grid comprou a participação da construtora Camargo Corrêa na CPFL Energy, companhia paulista com mais de 100 anos de mercado, por R$ 5,9 bilhões.

Ponto a favor

O preço baixo de alguns ativos e o câmbio favorável a quem opera em dólar são outros pontos fortes às multinacionais. Empresas nacionais atingidas pela Lava Jato, como a Petrobras e a Odebrecht, colocaram ativos à disposição do mercado para fazer caixa. A canadense Brookfield, por exemplo, comprou 70% da Odebrecht Ambiental por US$ 768 milhões. Mas para que novos investimentos voltem a se consolidar no futuro, o economista da Mapfre Investimentos e presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Luis Afonso Lima, afirma que é necessária a aprovação de marcos regulatórios, com destaque para o setor elétrico. “Há alguns pontos de atenção, como as tarifas que no passado recente foram utilizadas para controle da inflação”, diz o especialista.

Apetite

Desde que as multinacionais voltaram a mostrar interesse pelo Brasil, alguns setores despontam como maiores candidatos a atrair investimentos. Confira os principais:

Aeroportos

O leilão dos aeroportos de Florianópolis, Fortaleza, Porto Alegre e Salvador tem despertado o interesse de companhias internacionais. Segundo o jornal Valor Econômico, os grupos Fraport (alemão), GAP (mexicano), OHL (espanhol), Vinci (francês) e Zurich (suíço) têm interesse em concorrer às licitações.

Energia

A estatal chinesa Three Gorges (CTG) confirmou a aquisição de todos os ativos da Duke Energy no Brasil por US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 3,8 bilhões). Já a State Grid comprou a participação da construtora Camargo Correa na paulista CPFL Energy por R$ 5,9 bilhões.

Gás

Na área de gás, o maior anúncio feito até o momento foi a venda de gasodutos da Petrobras por US$ 5,19 bilhões para a canadense Brookfield (BIP). A francesa Total também fechou parceria com a estatal brasileira para investir no segmento de óleo e gás no país. Os valores não foram revelados.

Petróleo

A Petrobras colocou US$ 19,5 bilhões em ativos à venda entre 2017 e 2018. Mas algumas negociações já aconteceram neste ano. A Statoil adquiriu a concessão do campo de Carcará por US$ 2,5 bilhões e foi escolhida como parceira “prioritária” no leilão do pré-sal que ocorrerá em 2017. A francesa Total fechou uma parceria com a Petrobrás para exploração e produção e a BR Distribuidora deve atrair o interesse de seis grupos, entre eles o francês Carrefour.

Saneamento

A canadense Brookfield anunciou na semana passada a compra de 70% da Odebrecht Ambiental, unidade de saneamento do grupo de construção civil. O valor do negócio é avaliado em US$ 768 milhões.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/economia/estatais-colocam-ativos-a-venda-e-atraem-multinacionais-a2hu1dza1u1etg9q1v717kuc2
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